Corrida GRAAC - Várias estratégias

Minha primeira corrida de 10 km depois da prova do Pão de Açúcar no final de setembro do ano passado.
Não fiz nenhum treino de corrida com mais de 30 minutos de duração, portanto, ritmo era algo que sabia que não teria. Mas, o desafio estava ali e lá fui eu.
Estava no ponto de ônibus e meu estômago parecia que tinham agulhinhas, estava tentando relaxar e controlar a ansiedade sem muito sucesso, confesso. Chegou um rapaz pedindo informação pra chegar na Assembléia Legislativa, o nome dele? Rafael, nome de anjo, e iria correr também sua primeira prova de 10 km. Era como eu me sentia, recomeçando com experiência e ao mesmo tempo me entregando ao novo.
Fui conversando com o Rafael, o que me fez desviar o foco.
Chegamos lá, nos separamos e fui procurar o Rivaldo. Ele já estava com o pessoal que treina no SESC Interlagos. Ficamos conversando, aquecemos e alongamos juntos. É muito bom ter alguém tão sorridente por perto, e isso foi muito importante pra mim ontem. Atencioso até quis fazer o percurso comigo, mas sabia que os objetivos eram completamente diferentes. Respondi pra ele: - Nos encontramos no guarda-volume no final da prova.
Assim começou para mim uma corrida com inúmeras estratégias.
No ínicio bem devagar, tentando encaixar todas as posturas e as informações da RPG. Cheguei no km 4 exausta. Comecei a andar, pensei eu tenho que deixar meu corpo fazer o que ele sabe, parar de tentar ficar controlando. ISSO, TENHO QUE DEIXAR O CONTROLE.
Continuei, mas não era isso ainda. Corri um pouco mais e parei, voltei a caminhar.
Me perguntei, o que é para eu fazer aqui? De repente, levantei a cabeça e comecei a olhar para o céu. Estava um dia tão bonito, um Sol forte e isso tudo foi me trazendo uma paz. Logo eu, que nunca gostei de correr com Sol.
Mas, tudo começou a fazer muito sentido pra mim. Eu tinha que estar ali, vivendo tudo aquilo que eu sempre gostei. Simples assim!

Peguei um copo de água e parecia um néctar dos Deuses. Olhei para as pessoas, comecei a sentir toda aquela vibração que eu estava com tanta saudade.
Voltei a correr e dessa vez não parei mais, uma felicidade tão grande. Olhando tudo que sempre tinha visto, mas que agora parecia enxergar completamente diferente. Pensei, se fosse para morrer agora estaria tudo perfeito. Passou um rapaz por mim com uma camiseta vermelha e branca, nas costas estava escrito: - Nosso maior valor, nossa vida.
Deus fala com a gente de tantas formas, não é mesmo?
Na hora que eu fui chegando, a emoção era tão grande que comecei a chorar. Encostei na grade e só tinha o sentimento de gratidão.
Bebi água, e fiquei por ali um tempo que pra mim pareceu muito tempo. Me acalmei, e só aí fui procurar o Rivaldo.
Ficamos um pouco e fomos embora com o Bento, rapaz que treina em Interlagos.
Passamos por dentro do Parque do Ibirapuera e para fechar de forma mágica brindamos com água de coco.